Tipografia
A tipografia tradicionalmente está associada ao Design Gráfico, principalmente á impressão e industria. A tipografia é ubíqua e inevitável, mas também é essencial.
Esta é uma palavra cada vez mais usada para designar a disposição de qualquer material escrito, mas já não é aplicado apenas ao trabalho dos tipógrafos.
A linguagem escrita pode ser apresentada de várias formas, é então recorrida a tecnologias como a máquina de impressão, correio eletrónico, transmissão de mensagens de texto, impressora de jacto de tinta e também a máquina de escrever.
A tipografia é um método de impressão antigo, e o que tem evoluído menos nos últimos anos. Durante muitos anos, a impressão foi sinónimo de “Tipografia”. Foi inventada essa técnica e quem a desenvolveu foi Gutenberg.
Hoje em dia a sua utilização tem vindo a perder mercado por causa da litografia e da flexografia.
No entanto este processo utiliza um suporte de base dura, metal ou foto polímero com a parte da imagem em relevo, em relação aquela que não tem imagem (tipo carimbo). Nisto é aplicada uma tinta extremamente pastosa e espessa, e a imagem é passada para o papel através de pressão.
Basicamente, o que distingue este processo da flexografia é um suporte de base dura e de tinta espessa.
A tipografia é importante, pois ela e a escrita estão interligadas. A tipografia é a disciplina e profissão que atua como intermediário entre conteúdo de mensagem e leitores de mensagem.
Contudo para que possamos compreender a gramática da tipografia, é necessário entender o modo como a linguagem é adotada á função nos vários contextos sociais e adquirir conhecimentos linguísticos.
Descrição de Tipografia
- O Manual de Tipografia integra a informação histórica e a técnica da Tipografia em uma única publicação, proporcionando um guia de aprendizado para os estudantes e uma referência para os profissionais.
- Em cada capítulo, são usadas várias fontes tipográficas, ilustrando com uma pequena porção a amplitude de escolhas de fontes tipográficas e resultados visuais disponíveis, ajudando o desenvolvimento de uma compreensão e apreciação estética para uma Tipografia bem fundamentada.
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Vários exemplos ilustram tanto os métodos como as técnicas preferenciais, comparando-os com numerosos exemplos de composições, mesmo que indesejadas, e explicando as diferenças. Com mais de 450 imagens, esta obra explica com clareza o processo que os designers de sucesso utilizam para selecionar, espacejar e integrar as fontes tipográficas de forma criativa. Uma obra que combina a história da tipografia com a aplicação prática e com a tecnologia.
Manual de Tipografia ensina a usar os tipos como um instrumento dinâmico e expressivo da comunicação. Abrange uma ampla série de assuntos, oferecendo um panorama histórico e lógico do ofício até as tecnologias digitais mais recentes.
TIPOLOGIA E DESIGN
O maior de todos os objetivos do designer gráfico é o bom senso e a criatividade bem aplicada. Ele precisa comunicar algo a alguém, e tem que chamar a atenção. A parte escrita é muito importante num projeto gráfico e saber utilizar de forma correta os tipos ou fontes é fundamental. Alguns passos são abordados na construção de uma página:
1. Contraste - É importante lembrar de algumas regras quando usar as fontes na composição: tamanho, peso, estrutura, forma, direção, cor.
E algumas regras valem como dicas permanentes na diagramação com tipos: fontes com serifa facilitam a leitura. Fonte sem serifa é ideal para títulos, frases de cartaz, outdoor e textos de leitura rápida.
O alinhamento à esquerda também facilita a leitura. Temos de ter em atenção com o contraste que forma a cor com o fundo: amarelo sobre branco tem uma leitura difícil, vermelho sobre verde vibra muito, branco sobre preto em texto longo cansa a leitura.
2. Repetição - é o que cria uma identidade visual com o leitor, estabelecendo uma hierarquia, e utilizar fontes em determinados pontos da sua página, como títulos, subtítulos e em pontos estratégicos.
3. Alinhamento – tem de ser centralizado ou justificado quando o tema do site e o texto for formal, caso contrário procura-se utilizar o texto de forma mais livre e dispor conforme a criatividade e o bom senso permitirem. Há cinco maneiras básicas de organizar as linhas de composição em uma página :
- Justificada : todas as linhas têm o mesmo comprimento e são alinhadas tanto à esquerda quanto à direita.
- Não-justificada à direita : as linhas têm diferentes comprimentos e são todas alinhadas à esquerda e irregulares à direita.
- Não-justificada à esquerda : as linhas têm diferentes comprimentos e são alinhadas à direita e irregulares à esquerda.
- Centralizada : as linhas têm tamanho desigual, com ambos os lados irregulares.
- Assimétrica : um arranjo sem padrão previsível na colocação das linhas.
4. Legibilidade - Talvez seja o ponto fundamental, é muito importante saber utilizar estilos de fontes em determinados casos, fontes desconstruídas e modernas encaixam-se bem em sites modernos e jovens, fontes clássicas e manuscritas muitas vezes encaixam-se bem em sites clássicos e sérios, fontes normais e sérias encaixam-se perfeitamente em sites institucionais e moderados.
Classificação dos tipos
Fonte: é o conjunto completo de caracteres sob o mesmo estilo e em todos os corpos: caixa alta e baixa, sinais de pontuação, acentos e numerais.
Família de tipos: são todas as variações de uma fonte: Helvética Narrow, Helvética Narrow Bold, Helvética Narrow Bold Oblique.
Classificação
- serifa triangular - elzevir, ex:Times New Roman
- serifa linear - didot, ex:Bodoni
- serifa quadrada - egípcio, ex: GeoSlab
- ausência de serifa - antigo
- sem serifa, ex: Helvética
- semi sem serifa, ex: Optima
- cursivas ( manuscritas ), ex: Thelly Alegro BT
- fantasias, ex: Kidnap
Fontes digitais - Com o advento do computador a adobe desenvolve a linguagem postscript que possibilitou um novo formato de fonte, o vetorial.
- fontes Adobe Type 1 - apresentam um nó a cada 90 graus, trazendo refinamento e precisão ao desenho do tipo. Para impressão
- fontes True Type - apresentam um nó a cada 45 graus, portanto apresentam defeitos quando ampliados. Para saida web
Baseados em estudos feitos por Francis Thibedeau, em meados do século XVIII, na França, foi estabelecido as principais família de letras de imprensa. São elas:
Romana antiga
Criada pelos franceses no século XVIII, inspirada na escrita monumental romana, proporciona ao leitor um inconsciente descanso visual, alcançando o maior grau de visibilidade de todas as famílias.
Romana moderna
Criada pelos italianos no século XVIII, apresenta uma evolução dos romanos clássicos, Esteticamente agradáveis, trouxeram sensível melhora na legibilidade das letras.
Egípcia ou Serifa Grossa
Criada com o advento da revolução industrial, no século XVIII, tem como característica estrutural uma certa uniformidade nas hastes e serifas retangulares.
Lapidária ou Sem Serifa
Criada na Alemanha no século XIX, possui caracteres com poucas variações em suas hastes, cujos arremates não possuem serifas. Indicada para a confecção de hastes e embalagens, mas desaconselhável para textos longos.
Cursiva
São as letras que não se encaixam em nenhuma das famílias já vistas. Elas têm hastes e serifas livres, o que as tornam as mais ilegíveis de todas, limitando seu uso a destaques, com número limitado de toques.
Estilo Antigo: baseiam-se na escrita à mão dos escribas, que trabalhavam com uma pena na mão. Possuem serifas sendo que na caixa baixa elas são inclinadas. Ênfase diagonal, transição grosso-fina moderada. Ex.: Garamond
Estilo dos Tipos
Estilo Moderno: em 1700, o aperfeiçoamento do papel, as técnicas mais sofisticadas de impressão e um aumento genérico dos dispositivos mecânicos foram fatores que fizeram com que o tipo também se tornasse mais mecânico. Ênfase vertical, serifas horizontais e finas, transição grosso-fino radical. Ex.: Bodoni
Serifa grossa: surgiu com o conceito de propaganda depois da Revolução Industrial. Também chamada de tipo egípcio. Ênfase vertical, as serifas em caixa baixa são horizontais e grossas, pouca ou nenhuma transição grosso-fino nos traços. Ex.: New Century Schoolbook
Sem serifa: é o tipo chamado de sans serif. A idéia de remover as serifas foi um progresso tardio na evolução das tipologia e não obteve muito sucesso até o início do século XX. Não há serifa em parte alguma, não há transição grosso-fino nos traços, não há ênfase em nenhum dos eixos. Ex.: Antique Olive
Manuscrito: todos os tipos que parecem ser escritos à mão. Ex.: Ariston
Decorativo: são ótimos, engraçados, diferentes, fáceis de usar. Ex.: Shabby
PADRÕES PARA WEB
O produtor de conteúdo e o designer deve se preocupar com a padronização gráfica que adotará, respectivamente, na produção do texto e na solução gráfica da aplicação web.
Aplicar pouca variedade de tipos, evita uma miscelânea de letras que acabam por dificultar a leitura e a definição de um estilo para a o conjunto da aplicação.
Variações de tipos - Especialistas sugerem que o número de tipos de letras utilizados fique em torno de três.
Utilize tipos de letras para caracterizar diferentemente o título, o texto e anotações. Ao adotar, por exemplo, três tipos, pode-se fazer uso de suas variações como o itálico, o bold e o condensado que permitem boa margem de opções, sem, contudo, descaracterizar o estilo da página.
A escolha do tipo de letra - Embora subjetiva, deve considerar à legibilidade, ou seja, a facilidade que leitor deve ter para reconhecer as letras.
Tipos serifados
Tipos que contem traços nas extremidades das letras. Guiam os olhos do leitor de uma letra para outra, imprimindo ritmo e facilitando a leitura impressa.
· Ex: Garamond, humanistic, Aldine, etc.
Tipos sem serifa (tipo bastonado)
Tipos que não contem traços, são retos, utilizados em títulos e legendas com letras no formato bold. Os tipos sem serifa facilitam a leitura na web.
· Ex: Helvética, Verdana, Arial, Futura, etc.
Elementos das fontes
Toda e qualquer fonte tipográfica é composta por elementos distintos, tais como:
- Linha de Base (baseline)
- Linha Central (meanline ou midline)
- Ascendente (ascender)
- Descendente (descender)
- Letra Caixa-baixa (lower-case)
- Altura de x (x-height)
- Cabeça ou Ápice (apex)
- Serifa (serif)
- Barriga ou Pança (bowl)
- Haste ou Fuste (stem)
- Montante ou Trave (diagonal stroke)
- Base ou Pé (foot)
- Barra (bar)
- Bojo (counter)
O arranjo de tipos é a seleção de fonte, altura da letra (point size), largura da linha, espaçamento entre-linha (leading) e espaçamento entre-letras (kerning). Isto tudo visa melhorar a legibilidade do texto a ser escrito, facilitando o entendimento dele além de providenciar um conforto aos olhos de quem lê.
Não confunda leiturabilidade com legibilidade: Leiturabilidade é relacionada a língua em que o texto é escrito ou entendido – diz respeito a dificuldade da língua em si, e não sua aparência. A ergonomia é uma das disciplinas que estuda o efeito da tipografia nos seres humanos, examinando o conforto visual, o entendimento da mensagem, entre outras coisas.